Os mais de 100 técnicos e técnicas de assistência técnica e extensão rural (Ater), que atuam nos 32 municípios de abrangência do Pró-Semiárido, projeto do Governo do Estado executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), por meio da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), com financiamento do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida), estão sendo capacitados para atuar junto às famílias agricultoras em ações de identificação, fortalecimento e preservação das sementes crioulas.
Nesta terça (1/10) e quarta-feira (2/10), a formação foi realizada no município de Jacobina, onde foram abordados temas como agrobiodiversidade; tipos, variedades e importância das sementes crioulas; sementes vegetais e animais, bem como ferramentas e metodologias para execução das atividades em campo.
“A agricultura hoje tem duas vertentes opostas e estamos aqui fazendo uma opção, a de valorizar a agricultura que tem conexão com a natureza. A agricultura nunca devia ter deixado de ser camponesa. O projeto tem que realçar e fazer valer isso. E nada melhor do que apostar na Agroecologia na área de atuação do Pró-Semiárido”, salientou o subcoordenador do Pró-Semiárido, Carlos Henrique.
O trabalho com as sementes crioulas será executado em parceria com duas organizações da sociedade civil, o Serviço de Assessoria a Organizações Populares Rurais (SASOP) e o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), por intermédio da Cooperativa Mista de Produção e Comercialização Camponesa (CPC/Bahia). Para garantir a execução técnica e metodológica do Plano, bem como seu monitoramento e avaliação, a ação conta com a cooperação técnica da Embrapa Semiárido.
Para Márcia Muniz, coordenadora do Programa Semiárido no SASOP, esta iniciativa contribuirá para a formação de uma rede de agricultores guardiões de sementes na Bahia. "O Pró-Semiárido veio para fortalecer essa ação, dando continuidade ao que iniciamos com a ASA (Articulação no Semiárido Brasileiro). Ter o apoio do Estado num momento de retrocessos como o que estamos vivendo na conjuntura política é muito importante", afirmou.
Já a dirigente do MPA, Marli Fagundes, destaca o quanto o projeto é importante para a concretização de ações com ênfase nas sementes crioulas e que esta é uma oportunidade de unificar lutas para garantir a soberania das famílias agricultoras. Ela também ratificou a relevância da criação e fortalecimento dos bancos comunitários e familiares de sementes como contraponto ao assédio das multinacionais e sobre a estratégia conjunta para este novo momento.
Fonte: SDR