Por Jamille Ribeiro
Como é gratificante ver um belo trabalho sendo valorizado! Está acontecendo, até o dia 28 de fevereiro, o Festival de Economia Solidária, no Salvador Shopping - evento realizado pelo Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre) - onde encontramos uma variedade de produtos artesanais e alimentos regionais baianos feitos por associações e cooperativas, que são assistidas pelos Centros Públicos de Economia Solidária (Cesol).
O Cesol Sertão Produtivo, coordenado por Luiz Cravo, está presente e tem chamado atenção dos clientes com peças únicas, elaboradas num processo cuidadoso. Tanto no artesanato - quando há o plantio do algodão até a tecelagem manual e confecção de resistentes jogos americanos e panos de prato; ou ainda na fabricação de bonecas de pano e de palha; mochilas, bolsas, kit viagem -, quanto nos alimentos - em que carnes de bode, carneiro e porco são delicadamente separadas e defumadas. Também encontramos delícias típicas: doces de umbu, acerola e maracujá, compota e óleo de pequi, temperos prontos; produtos feitos a partir da mandioca, como sequilos e beijus.
O idealizador do festival, Milton Barbosa - Superintendente da Setre , conta que a ideia surgiu quando percebeu a grande quantidade de produtos produzidos nos territórios, mas que não tinham espaço para comercialização. “Há uns três anos atrás nós iniciamos uma parceria com o Salvador Shopping, hoje tem duas lojas aqui... e duas lojas no Salvador Norte, com produtos da economia solidária. E a partir de então nós fomos amadurecendo a ideia até que chegou o momento”, acrescentou.
Já nos quatro primeiros dias o evento havia contabilizado renda de R$ 40 mil. A expectativa, segundo Milton, é cerca de R$ 10 mil por dia. Bom, ao que parece a expectativa será superada, no que depender dos clientes. Quando perguntado sobre o festival, o comerciante Humberto Filho afirmou com exaltação: “Eu acho fabuloso, sensacional a ideia. Consumo sempre, sou diabético, infartado, tudo em função de morar na cidade, se eu morasse na roça não teria nada disso. Outra qualidade de vida, produtos naturais, bem elaborados, tudo tranquilo, diferente daqui da cidade, tudo industrializado”, disse. O aposentado Claston Andrade também possui opinião parecida sobre sua preferência pelos produtos do festival, “Me parece mais confiável. Com menos agrotóxico”.
Este sucesso do festival já era esperado, por isto, mais eventos estão por vir! Os próximos serão realizados em cidades do interior. Com esta finalidade será lançado um edital que selecionará uma instituição para administrá-los, “vamos fazer também um edital para essa área da comercialização. Vamos contratar uma instituição que organize essas feiras... ao longo do ano”, afirmou o superintendente.
Satisfação
Com tudo isto, quem mais sai contemplado são os produtores das associações e cooperativas, que veem com satisfação a comercialização de seus produtos.
A artesã Edinalva Lima Ramos garante a alegria, “muito gratificante a gente poder mostrar nosso produto, nossa arte. É uma coisa que vem do sertão, do Sudoeste em si. São todos empreendimentos muito bons, são para ser bem divulgados, conhecidos", disse.
“Estou muito feliz, e como a maioria, surpresa com o resultado da feira, as vendas estão bem. O produto está sendo bem aceito pelo público, estão perguntando o apoio que o Cesol está dando para gente, perguntando o que é economia solidária, o que deixa a gente muito feliz. Ter a oportunidade de explicar, ao consumidor, tanto o nosso produto e como nós fazemos para chegar até aqui", concluiu Marilene dos Santos, Artesã do Recôncavo.
Os Cesol’s
Os Centros Públicos de Economia Solidária são uma política do Governo da Bahia, iniciada no governo Jaques Wagner, hoje priorizada pelo Governador Rui Costa. Atualmente existem 10 Cesol’s, mas o Cesol Sertão Produtivo, que tem como coordenador geral Luiz Cravo, é gerido e responsabilizado pela organização social Instituto de Desenvolvimento Sustentável Baiano (IDSB).
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