Um clima de comoção e revolta marcou nessa semana o enterro da menina Emanuelly Vitória Fernandes, de 5 anos. Essa foi a sexta morte confirmada desde que duas barragens da mineradora Samarco se romperam, no último dia 5, causando uma onda de destruição no vilarejo de Bento Rodrigues, zona rural de Mariana (MG). Dois corpos seguem sem identificação.
O pai da criança, Wesley Izabel, ainda tentou fugir e levá-la junto ao irmão Nicolas, de três anos, para uma parte alta da comunidade, mas foi atingido por uma onda de lama quando tentava atravessar a rua. Ele e o caçula conseguiram ser resgatados, mas Emanuelly acabou sendo arrastada e só foi encontrada a 70 quilômetros dali, sem vida. A mãe, grávida, foi socorrida por vizinhos.
A história da família se mistura à de muitas outras pessoas, que contabilizam prejuízos e perdas incalculáveis com a tragédia. Os sobreviventes perderam casa, carro, móveis, documentos e precisam lidar com a angústia de não saber o que será daqui para frente, já que não têm para onde voltar. Diante desse cenário, a pergunta que fica é: todo esse desastre poderia ser evitado? Para muitos, a resposta é ‘sim’.
A tragédia alerta para um cenário de risco constante nas atividades de mineração do país. Rompimentos de barragens de detritos, como o que ocorreu na última semana, acontecem pelo menos uma vez por ano só em Minas Gerais. Fiscalização ineficiente e lobby empresarial estão entre os problemas.
Separamos duas reportagens sobre o evento: Esta, que iniciamos este texto, que você pode ler na íntegra no site da Revista Fórum, AQUI.
E outra, que fala do bonito trabalho que o fotógrafo Sebastião Salgado tem feito para viabilizar um fundo de revitalização do Rio Doce: "Nós vamos recuperar o rio, não tenho dúvida disso", afirmou numa entrevista. Para Salgado, custos têm que ser arcados pelas empresas responsáveis pelo desastre em Mariana (MG). Leia na íntegra AQUI.