Pelos caminhos sinuosos das serras de Ituaçu está o grupo Mulheres de Fibra, na Comunidade do Guigó. Com a coordenação de Maria Rosa Araújo, a Associação conta com 12 mulheres que transformam palha num lindo trabalho artesanal: bolsas trançadas, chapéus e esteiras.
Artesanato em palha já é tradição na comunidade. Segundo as mulheres, todas já tinham a prática aprendida em casa, de geração em geração, mas o trabalho em grupo foi incentivado há cinco anos, quando o Instituto Mauá orientou a formação de uma Associação. Nessa época, os produtos ainda eram feitos de forma grosseira, e a comercialização se limitava à venda na feira de Ituaçu e na própria comunidade.
“A gente vendia na feira e muito pouco na comunidade, já que muitas mulheres além de nós também sabem trabalhar com palha. Mas com o Mauá, começamos a fazer produtos sob encomenda. Fizemos cursos de qualificação, para aprender outros tipos de trançado e de produto, pois na época, só fazíamos chapéu e esteira. Além disso, ganhamos também material de trabalho e a ajuda da Associação Rural do Guigó que nos cede o espaço para trabalhar”, comenta Dona Rosa.
Com a chegada do CESOL Sertão Produtivo há pouco mais de um ano, o trabalho se aperfeiçoou ainda mais. Como contam as artesãs, o CESOL foi fundamental para a formalização da Associação. O CESOL realizou ainda qualificações de Artesanato, para aperfeiçoar os produtos e os acabamentos; de Preço, para orientação no cálculo do valor a ser cobrado; de Marca, quando foi criada a logomarca do grupo, cartão de visita, rótulo e banner; e uma palestra motivacional.
As artesãs também comentam sobre a importância do trabalho em grupo, que consiste numa verdadeira terapia para cada uma delas. “O CESOL mostrou pra gente que o trabalho em cooperação supera o dinheiro. Antes do CESOL cada artesã recebia pelo que vendia da sua própria produção. Hoje tudo é do grupo, independente de quem seja o produto vendido, os valores são divididos igualmente, e temos essa visão de união mais forte agora”, fala Rosa.
A Comercialização é o ponto chave que o CESOL está trabalhando com as mulheres atualmente. Com o objetivo de ampliar as vendas, o Centro Público criou a Rede Territorial de Artesanato, onde as Mulheres de Fibra foram incluídas, para facilitar a comercialização via Rede. O Espaço Solidário, instalado em Caetité é uma loja para expor e vender os produtos dos artesãos da Rede, e as bolsas e demais produtos do Guigó estão sendo comercializados também por lá. E não se resume a isso: uma barraca está sendo idealizada para que o grupo possa vender na Gruta da Mangabeira, local de movimento turístico na cidade de Ituaçu.
“Eu tinha um sonho que está se realizando. Sempre quis o artesanato para mim e para todos da comunidade. Hoje o artesanato é o nosso trabalho, e fazemos com perfeição. Sempre temos notícias dos elogios às nossas bolsas, chapéus. Fazem sucesso em Salvador”, comenta Dona Rosa com orgulho. E conclui: “O CESOL foi uma família que entrou na nossa”.
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