Um relatório do governo federal revela que nada menos do que 37% da água tratada no Brasil é desperdiçada, ou seja, se perde no caminho entre a estação de tratamento e a torneira da sua casa. Só por efeito de comparação, na Europa, essa taxa é de 15% e no Japão, de apenas 3%.
Mas o que justifica tamanho desperdício? Ligações clandestinas, vazamentos, obras mal executadas ou medições incorretas no consumo de água são as principais causas da perda de faturamento das empresas operadoras e dos estados.
Os dados são do Sistema Nacional de Informações de Saneamento Básico do Ministério das Cidades. No levantamento anterior, de 2012, as perdas nacionais eram de 36,9%.
A região Norte é que a lidera as perdas no país. De cada 100 litros de água tratada, metade (50,8%) se perde entre a distribuidora e a casa dos consumidores. Em seguida, aparecem a região Nordeste com 45% de perdas; o Sudeste (33,4%), o Sul (35,1%) e o Centro-Oeste (33,4%).
Crise de água é o principal risco para 2015
Qual é o item que pode gerar maior impacto no mundo em 2015? A crise da água aparece em primeiro lugar em pesquisa realizada pelo Fórum Econômico Mundial com cerca de 900 especialistas. Foi a primeira vez, desde 2007, que a economia não apareceu como principal risco para o planeta.
Anualmente, os principais líderes do mundo se reúnem na cidade suíça de Davos para debater os grandes temas mundiais. Antes do encontro – que será realizado na próxima semana –, os organizadores realizam pesquisa com os temas que mais preocupam a elite econômica, política e social do planeta.
Nos últimos anos, a economia apareceu isolada como principal preocupação em termos de impacto: colapso do preço dos ativos entre 2007 e 2010, crise fiscal em 2011, problema sistêmico nas finanças globais em 2012 e 2013 e crise fiscal em 2014. Neste ano, porém, a pesquisa mostra que a crise da água é o tema com maior probabilidade impactar o planeta.
Outros temas
A saída dos temas econômicos da lista de preocupações acontece em período em que os Estados Unidos deixam o pior da crise e se preparam para retomar o crescimento mais vigoroso e a normalidade da economia. A crise, contudo, ainda é viva na zona do euro e dá cada vez mais sinais em países emergentes.
Depois da água, os entrevistados citaram como outros temas preocupantes a rápida disseminação de doenças infecciosas e as armas de destruição em massa.
A pesquisa também questiona sobre o problema mais provável para os próximos dez anos. Para os entrevistados, os problemas que têm maior probabilidade de acontecer são: conflito internacional com impacto regional, eventos climáticos extremos, problema de governança nacional, crise ou colapso de Estados e, em quinto na lista, o único item econômico: elevado desemprego estrutural.
“O risco geopolítico aparece em destaque em 2015 após período de ausência do panorama de riscos principais durante a última meia década. Com a geopolítica influenciando cada vez mais a economia global, estes riscos são três dos cinco mais prováveis e dois dos que apresentam maior impacto potencial para 2015”, diz a pesquisa divulgada pela organização do Fórum Econômico Mundial.
Vamos ser conscientes e economizar água já?
Fonte: EcoD