Neste mês de outubro, diversos empreendimentos de Economia Solidária assessorados pelo Cesol Sertão Produtivo receberam Oficinas de Gestão Contábil, ministradas pela contadora Wilde Soares. A capacitação tem o objetivo de oferecer mais conhecimento em relação à gestão da contabilidade dos negócios dos empreendimentos, qualificando os dirigentes e fortalecendo o espírito associativista nas comunidades produtivas atendidas. A oficina visa também a organização dos pequenos negócios, além do estímulo ao exercício da autogestão.
Na prática, a oficina realiza exercícios práticos das seguintes técnicas e controles: controle de contas a receber, controle de contas a pagar, controle do estoque, livro caixa, fluxo de caixa, controle do patrimônio, controle de pagamento mensalidade de associados, Termo de Adesão ao Trabalho Voluntário, livro de registro de sócios e carteira do associado.
Confira os locais onde elas aconteceram e o relato da instutora em cada um deles:
Assentamento Nova União – Sebastião Laranjeiras
Segundo Wilde, em Sebastião Laranjeiras, o grupo trabalha com farinha e polvilho, com equipamentos numa casa de farinha na comunidade há mais de oito anos: "São oito familias trabalhando e há lá o envolvimento solidário, as pessoas são politizadas e organizadas, prestando serviço voluntário dentro da Associação. Gostei muito de ter trabalhado com o grupo", comenta.
Brejo do Bezerra
"A Casa do Mel tem uma infraestrutura muito boa, apesar de não estarem produzindo devido à seca", relata Wilde. Mas enfatiza que a Oficina com o grupo foi muito produtiva,com o evidente engajamento dos participantes, e com uma excelente participação.
Casa Armada II - Iuiú
Wilde fala com emoção da visita à Casa Armada II: "A maioria das mulheres do grupo já havia participado do Projeto Qualifica Bahiia, através do IDSB, então quando chegamos para a realização das oficinas, foi um grande encontro. No decorrer da oficina, elas me prometeram que irão colocar em prática as planhilhas que trabalhamos".
Associação de Água Branca, Mandacaru, Lagoa da Corda e Região - Caculé
O grupo formado por maioria feminina, trabalha cm polpa de frutas, colhendo umbu e despolpando para o beneficiamento da fruta."O grupo é muito organizado, eles pagam as diárias das pessoas que colhem o umbu e as demais despesas. O restante dos recursos é dividido igualmente." Wilde conta que além das mulheres do grupo, os jovens filhos delas também foram qualificados pela oficina oferecida pelo Cesol, pois a maioria tinha grau de escolaridade mais elevado. "As pessoas lá estavam muito interessadas, com sede de se qualificar, o que torna mais fácil o aprendizado. Sugerimos que fosse criada uma Associação de Mulheres Beneficiadoras de Frutas e Agricultura Familiar de Água Branca", fala Wilde.
Associaão dos Produtores Rurais da Fazenda Lagoa do Morro - Candiba
Trabalhando com mandioca para a produção de farinha e polvilho o grupo tem uma casa de farinha, a qual pertence à Associação. "A casa de farinha é muito bem equipada, e lá eless produzem e também comercializam localmente. A Oficina foi produtiva e elas se empenharam muito para acompanhar todas as informações", fala Wilde.
ADCI - Bolos e Biscoitos - Ibitira
Em Ibitira o grupo fabrica bolos e biscoitos e vendem de porta em porta para a comunidade local. "Lá, foi encaminhado um projeto através da CAR para aquisição dos maquinários e material completo para a cozinha. Atualmente não estão fabricando devido a um problema da cozinha da Associação. MAs o Cesol realizou uma visita e se comprometeu em agendar uma reunião com o Prefeito para a solicitação de colaboração municipal na construção da cozinha. Durante a Oficina, sugerimos também outras alternativas para angariar recursos na comunidade de Ibitira. Acho que eles aproveitaram muito do que foi passado", conta Wilde.
Morro do Aurélio
O grupo de Morro do Aurélio, que faz rapadura com cana de açúcar sem misturas. Devido à baixa escolaridade do grupo, Wilde conta que a Oficina foi ministrada para jovens da comunidade, com o intuito de qualificá-los para que possam dar o suporte e apoio à Associação.
Associação de Mulheres Beneficiadoras de Frutas e Agricultura Familiar de Mulungu
As trablhadoras colhem as frutas e compram, para poder produzir as polpas, geralmente de umbu, tamarindo e manga. "Já nesta comunidade, o grau de escolaridade nos chamou a atenção: muitas mulheres do grupo já têm nível superior completo e algumas cursam pós-graduação. Vislumbrei nesta comunidade a possibilidade de obtenção de currículo para que sejam futuras trabalhadoras e colaboradoras do Cesol e do IDSB", relata Wilde.
Outras comunidades também receberam a Oficina de Gestão Contábil, como a Associação de Produtores Rurais de Larguinho; Doce Sabor - Fazenda Cuba - Caetité; Frutos do Cerrado - Fazenda Cabeça de Vargem - Caetité; Grupo Crescer Juntas - Guanmabi; e Araticum - Palmas de Monte Alto. Para Wilde Soares, apesar da baixa escolaridade de muitos mpreendedores, o aproveitamentos das oficinas foi muito positivo. "Em cada grupo, a média de três pessoas estão aptas para executar todo conteúdo que foi trabalhado durante as oficinas. Percebi também o interesse que todos tinham em aprender. Mesmo os que não sabiam ler nem escrever permaneciam atentos ouvindo e participando, acho que este foi o momento mais gratificante deste trabalho. Além de saber que estava de alguma forma dividindo o meu conhecimento para um público da zona rural em lugares de difícil acesso, descobri muitos talentos que podem ser lapidados", conclui.