Neste mês de setembro, o IDSB visitou um dos empreendimentos assessorados pelo Cesol Sertão Produtivo na comunidade de Campo Seco, no município de Brumado. Trata-se da Fábrica de Doces e Geleias Campo Seco, onde trabalham sete empreendedores empenhados em fazer o melhor produto, com muito cuidado na produção e na busca por capacitação e melhoria.
História do grupo
Dona Claudice Pinheiro contou um pouco a história da fábrica e do grupo: "No início, as pessoas da comunidade lotaram essa fábrica (feita pela Sudic), achando que teriam emprego com carteira assinada. Eu resolvi tomar o curso de beneficiamento de frutas que seria ministrado na comunidade junto com todas aquelas pessoas (pois a fábrica tinha todo o equipamento para produção de doces e geleias). Mas quando elas viram que não era emprego, e sim uma capacitação pra gente dar continuidade e fazer a fábrica funcionar, quase todos desistiram. Hoje, somos sete voluntários. Fizemos um festival de cachorro-quente para arrecadar dinheiro e comprar açúcar e fomos pro mato catar umbu para começar a primeira produção de doces em compotas, que fizemos e vendemos para a comunidade. Mas nunca sobrou dinheiro. Até que ganhamos açúcar, embalagens e a pré-polpa da Sudic, e tivemos o apoio do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural que comprou com a gente e doou açúcar também, além disso, a Magnesita nos doou a caldeira. Mas foi em 2013 com a presença do Cesol que mudamos de rumo.”
O Cesol
Dona Claudice continua: “Quando o Cesol veio nos assessorar, tivemos também mais apoio do Sebrae e da Magnesita. Hoje, o Sebrae por exemplo, nos conseguiu o Selo de Agricultura Familiar, grande conquista. Com o Cesol, tivemos todo tipo de capacitação - rótulo e embalagem, POP, preço, contabilidade, jurídico, nos organizamos e nesta semana conseguimos pela primeira vez dividir algum dinheiro. E para além do dinheiro, aprendemos muito, pois a gente não sabia trabalhar como hoje, nem tínhamos o conhecimento técnico que hoje dominamos, como conservar cada parte das frutas para que tenhamos produtos mesmo após a época de colheita. Quando todos desacreditaram na fábrica, nós fomos teimosos”.
Judicael Pinheiro, marido de dona Claudice e empreendedor na fábrica também comenta sobre o Cesol: “A estrutura do Cesol tem uma montagem geral, capacitação, conhecimento técnico sobre tudo que precisamos para facilitar o aprendizado, o trabalho e a geração de renda. Tínhamos por exemplo muita dificuldade com o código de barras e conseguimos hoje colocá-lo no rótulo. Nossa embalagem não era adequada, e agora temos de todos os tipos e tamanhos. Hoje fornecemos doces e geleias para merenda escolar para Prefeitura de Brumado, conseguimos por intermédio do Cesol ganhar o edital, são 19 mil reais. O Cesol nos ajudou com o levantamento de preço, fazendo um estudo do que gastávamos na produção. Além disso, vamos fornecer também doces em barra para a Magnesita, já um outro contrato, com pagamento quinzenal. A frase que o Cesol traz: ‘Contribuindo para uma economia mais justa, inclusiva e sustentável’ é a mais pura verdade”, encerra.
