Para este Dia do Trabalho, vamos pensar um pouco sob a ótica do pensador Karl Marx?
O trabalho dignifica o homem? Em quais aspectos? Seria todos os tipos de trabalho capazes disso?
Para Karl Marx o trabalho é uma ação tipicamente humana. Através dele o homem pode mudar e moldar a natureza e também a si próprio, ou seja, o homem cresce, dignifica,transforma, edifica a cultura e a sociedade através do trabalho. Aqui pensamos no trabalho sob um aspecto libertador, com uma visão positiva. Mas é sempre assim? Será que o modelo taylorista, por exemplo, em que a fragmentação do trabalho conduz à fragmentação do saber, realmente dignifica o homem?
Com o capitalismo e a dominação de classes, o trabalho deixou o seu papel de libertador para assumir o papel de carrasco do homem. Em vez de servir, dignificar quem o faz, são outros homens que enriquecem, daí entra na história a exploração do trabalho, a alienação do ser humano para o trabalho, o extermínio da criatividade individual. Marx nesse sentido nos fala de dois processos. Primeiro o da objetivação, que é a capacidade do homem de se exteriorizar nos objetos e coisas que cria. O segundo caso é reservado à alienação, quando o homem transfere suas pontecialidades a seus produtos (os produtos não pertencem a quem os produziu, são "estranhos" a seus "donos"), hvendo assim a perca de si mesmo no ato de criação. No trabalho alienado há o desprazer, embrutecimento do homem, há a exploração. O homem não cria pra si, age mecanicamente. Disso podemos tirar a conclusão de que o trabalho alienado não dignifica o homem, pelo contrário, faz o indivíduio perder sua identiade, não só no trabalho, mas na vida como um todo.
Por isso a importância de pensar no trabalho como aquele que dignifica nossa vida de uma forma crítica. Como Marx propôs, o trabalho é uma condição da existência humana, ela é a ação do homem, que primeiro é realizado na mente (pensar, refletir, projetar, elaborar) para que logo em seguida for efetuada na prática (ação, Manipulação). Para ele, os indivíduos, portanto, ao realizar o trabalho, modificamas também sua existência, ou seja, constrói a si mesmo.
Com essa análise, percebemos que o trabalho em Marx é fundamental para a vida do indivíduo. Contudo, percebemos que no mundo tanto no tempo histórico do autor (século XIX nos meados da Revolução Industrial) como nos tempos atuais, com o sistema capitalista, onde a força de trabalho do homem é "comprada", "comercializada", é preciso repensar o trabalho. Por isso deixamos as questões para serem refletidas:
Queremos ser alheios a nós mesmos? Como lutar contra essa conjuntura? Será que não precisamos pensar em formas de trabalho que mais se aproximem com esse idealizado por Marx? O trabalho como libertador, e de fato, como ferramenta para a dignidade humana?
Desejamos a todos os trabalhadores um 1º de Maio de muita reflexão de como estamos usando a nossa força de trabalho. Sem dúvidas é com o trabalho que construímos nossa história pessoal e social, mas que tipo de trabalho seria este? Lembramos por fim, dos que trabalham de forma cooperativa e associativista, de forma autônoma, sustentável e empreendedora - essas outras formas de economia e trabalho são possíveis e será talvez, que não seriam o melhor caminho para se repensar a nossa estrutura social atual? O IDSB e o CESOL lutam juntos para fazer uma nova economia acontecer. Uma economia solidária, com incentivo das forças de trabalho sendo usadas de formas coletivas. Será que é só ideologia? Acreditamos num mundo melhor, onde o trabalho seja usado para a criatividade, para a coletividade, para a geração de renda solidária. Vamos juntos pensar sobre isso!